As unidades da Defesa Civil Nacional e Estadual divulgaram resultados da inspeção técnica executada no período de 12 a 14 de março do corrente ano nas obras emergenciais no Canal do Rio Grangeiro, em Crato. De acordo com o laudo da vistoria, foi observado que o rompimento do talude do canal ocasionou sérios danos à infraestrutura publica e privada do município e recomenda urgentes providencias a fim de evitar a propagação dos danos já identificados. No relatório constam que algumas edificações na José Alves de Figueiredo, por onde passa o canal, estão comprometidas. Um dos pontos de maior preocupação ao longo do rio, segundo o relatório, está em frente ao prédio do colégio objetivo devido a instabilidade geotécnica e é aconselhável a interdição daquela unidade de ensino, caso as precipitações pluviométricas continuem. O Centro de Educação de Jovens e Adultos ( Ceja ) apresenta rachaduras nas paredes internas e externas e está sob alerta por causa da erosão. A escola de ensino fundamental 18 de maio está localizada no fim do trecho urbano do canal e devido a sua localização poderá sofrer transbordamento. O prédio residencial 1833, da senhora Francisca Carvalho, está ameaçado de ruir porque uma faixa de terra de aproximadamente 3 metros erodiu, formando uma enorme cratera em frente a garagem da casa. A proprietária está sob alerta para uma possível saída do local. E finalmente a ponte da Bia que se encontra operando em regime critico.
O documento chegou ao Ministério Publico em Crato e o promotor de justiça, Pedro Luis Lima Camelo já comunicou aos órgãos competentes do município sobre os riscos de perda de vidas humanas, caso as providencias não sejam tomadas o mais rápido possível. Foram avisados os poderes públicos municipal e estadual, Corpo de Bombeiros, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura ( CREA ) e os diretores das escolas citadas no relatório. Para o promotor, as informações da Defesa Civil são preocupantes, pois indicam possibilidade de uma catástrofe que seria o desabamento do colégio objetivo por está localizado na área mais critica. Pedro Luis não descarta a possibilidade de outros imóveis situados às margens do canal e que não foram citados no relatório, estejam também comprometidos. O promotor de justiça confirmou que impetrou ação judicial na terceira vara da comarca local com caráter de urgência contra a prefeitura do Crato e o governo do Estado com o objetivo de descobrir os responsáveis pela situação em que chegou o rio grangeiro, inclusive com pedido de ressarcimento dos recursos públicos gastos em obras de recuperação do canal nos últimos anos.
Para o secretário municipal de obras e infra estrutura do Crato, o engenheiro civil José Muniz, o que vem acontecendo hoje com o canal não é surpresa, tudo foi previsto pela engenharia desde o inicio das obras emergenciais que, segundo declarou, foram feitas pelo Estado sem um anteprojeto e longe dos olhos da prefeitura, embora o município tenha tentado varias vezes ser parceiro e acompanhar a execução dos serviços e essa condição foi negada, explicou o secretário. Lamenta que, mais uma vez a obra vai ser feita sem projeto, apenas com uma planilha. Sobre o colégio objetivo, José Muniz explicou que o transito na avenida em frente aquela escola foi desviado e o acesso dos alunos, professores e funcionários está acontecendo pela lateral do prédio e vai permanecer até a conclusão das obras. Ele explicou que o isolamento foi necessário para evitar a vibração do solo o que poderia complicar mais ainda as condições físicas do prédio.
Já Maria Nélia Barreto dos Santos, diretora do colégio 18 de maio disse que não está preocupada com a estrutura do prédio de sua escola que ainda não foi afetado e se encontra bastante solido. Sua preocupação é com o muro, equipamentos e material que serão danificados com um possível transbordamento. E lembrou que as chuvas sempre acontecem fora do período letivo, o que ameniza ainda mais a preocupação, finalizou a diretora. Já Maria Marlene Bezerra dos Santos, diretora do Centro de Educação de Jovens e Adultos, as rachaduras nas paredes do prédio da escola vêm aumentando e projetou uma reforma para breve e espera que a recuperação do canal aconteça urgentemente. A diretora administrativa do colégio objetivo, professora, Maria Luceni de Alencar Cysne não acha necessária a interdição da escola porque o prédio, projetado para cinco andares e só foi construído um, ainda não está afetado. Mas isto, segundo ela, não significa que as preocupações não existam. Prudente e tolerantemente aguardo providencias por parte dos poderes públicos, concluiu.
Wilson Rodrigues
Repórter Jornal do Cariri
Colaborador do Blog do Crato e Chapada do Araripe
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