A falta de um acordo sobre o aumento do teto da dívida dos EUA coloca em "grave risco" o crescimento da América Latina e do Caribe, que são os segundos titulares em ativos em dólares, atrás apenas da China, informou nesta quarta-feira a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe). "Ainda que a América Latina e o Caribe tenham demonstrado que estão melhores preparados do que no passado para enfrentar uma deterioração do cenário internacional, caso não se resolva o problema da dívida pública americana, coloca-se em grave risco o crescimento e a resistência da região", afirmou a Cepal em um comunicado.
Segundo a Cepal, a região acumula em reservas internacionais mais de US$ 700 milhões, e os EUA "são o principal sócio econômico da região", sobretudo para o México e para os países da América Central e do Caribe.
"Um percentual muito significativo dos fluxos financeiros e de investimento provém dos EUA. Igualmente, a maior parte das remessas que aliviam a situação de muitas famílias pobres de nossa região provém do trabalho de latino-americanos e caribenhos na economia americana." A demora do Congresso dos EUA em atingir um acordo "poderia ter um forte impacto no valor dos ativos, nas taxas de câmbio e no nível de atividade global e, portanto, na demanda dos bens e serviços que a região [América Latina] produz e exporta."
Nesta quarta-feira, a Casa Branca reafirmou a possibilidade de um acordo "essencial e possível" no Congresso entre democratas e republicanos para aumentar o teto da dívida pública e lutar contra o déficit, seis dias antes da data limite para qual os EUA podem entrar em moratória. Para 2011, a Cepal prevê que as economias da América Latina crescerão a uma taxa de 4,7%, no momento sem sinais de um contágio da crise europeia, embora haja pressão inflacionária.
DA FRANCE PRESSE
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