Num momento em que o todo-poderoso Ricardo(ou Ricaço) Teixeira está sendo bombardeado por uma artilharia pesada de acusações de fraudes e toda sorte de corrupção, a seleção brasileira volta a dá vexame não nele(claro) – o ricaço e ditador da CBF – mas nos corações futebolísticos e fanáticos de milhões e milhões de brasileiros, apaixonados que são por esta magia, a que todos nós aprendemos a chamar de futebol. Um grande momento de congraçamento cívico e afirmação verde-amarelo.
De modo que todos, a um só tempo, declaram-se envergonhados pela desclassificação do Brasil na Copa América diante do selecionado paraguaio. Uma pena para os torcedores brasileiros. Estes que no geral, são os verdadeiros financiadores deste grande negócio (para não dizer império) chamado futebol-empresa que a cada dia edifica o caixa-forte imperial que vai da CBF até a própria FIFA e suas hostes de apaniguados pelos continentes mundiais a fora.
E aí, vamos inapelavelmente ao encontro dos magnatas Blate, Havelange e Ricardo Teixeira (apenas para citarmos alguns). Todos eles supostamente manipuladores desta verdadeira paixão esportiva nacional e planetária que um dia foi remédio até para pôr tréguas a uma guerra. De modo que até neste aspecto ético, o futebol brasileiro está sendo enxovalhado lá fora, diante da opinião pública mundial.
Contudo, com ou sem vitória do Brasil – só ‘eles’(os cafetões das negociatas futebolísticas mundiais) se mantêm felizes contando seus bilhões. Enquanto a massa trabalhadora de fanáticos, a cada derrota como a última diante do Paraguai, volta para casa tristonhos da vida, juntando as moedas que lhes restaram do troco dos ingressos majorados comprados a peso de ouro aos cambistas, para assim puderem pagar o coletivo. Ante cada derrota ou vitória do Brasil – eles - (os donos da CBF e da FIFA) riem da nossa cara nababescamente em suas mansões de luxo, contado um por um, os milhões que a torcida brasileira paga compulsoriamente a cada partida, a cada campeonato, a cada copa para assistir um farsa, que como se ver, não tem mais fronteira. E as negociatas se estendem também aos contratos bilionários envolvendo desde jogadores, até os contratos com as grandes marcas e os direitos de transmissão dos jogos.
O futebol do mundo é um mero engodo globalizado. Um estiolamento sem tamanho. Uma ajuntamento de espertalhões levando vantagem sobre os amantes do futebol canarinho e do Globo como um todo. Mas, e a seleção brasileiro? – Uma vergonha! Eis a definição mais clara para o que temos atualmente em termos de selecionado. Algo de tão ruim e penoso que mal vale a atenção dos nossos comentários de botecos. Mas não é pelo fato de ter perdido mais um jogo e, ainda por cima, para nossos irmãos paraguaios. Isso não! A derrota faz parte do futebol...
O que nos envergonha foi a forma pela qual a seleção deu adeus à Copa América, uma empreitada simples que até o time de Dunga ganhou. As circunstâncias em que ocorrera a sua desclassificação pífia, vergonhosa e humilhante. Uma vergonha para ficar na história. Pênaltis mal batidos que jogam por terra(ou no gramado) todas as antigas glórias e conquistas que em retrospecto o futebol brasileiro já abiscoitou com exímia arte, por intermédio da sua seleção do passado. Empunhando a bandeira antiga, de que aqui praticamos o maior e mais elegante futebol do planeta, ‘eles’ estão entregando nosso filé mignon aos aventureiros dos grandes negócios internacionais. Uma pena...
Mas, o que é que “eles” estão fazendo do nosso futebol? Como ficaremos daqui para frente com este legado, deixado por Teixeira e sua companhia fomenta por poder, dinheiro e ouro? Como anda as nossas categorias de base? - Ora, de mal a pior. A crise por que passa o futebol no Brasil é sistêmica e estrutural. Algo que carecia de uma atitude ousada há muito tempo. Portanto, para a Copa não terá mais nenhum efeito prático. No futebol daqui, infelizmente (como quase tudo no nosso país) não é feito a longo prazo; tudo é momentâneo e episódico. Por esta razão poucos serão os seus efeitos positivos. E, em se tratando de futebol, nem sempre o improviso funciona...
É evidente que a CBF está trombótica e a precisar urgente de sangue novo... De verdade e lisura nos seus procedimentos empresariais de agora em diante. Mas a propósito, por que será que as asas da democracia não valem para a CBF? Por que será que tal entidade se mantém tão distante dos olhos do povo? Supostamente bem acima do bem e do mal? Não. Eles não têm este direito... Que nossos representantes políticos vejam isso, de novo enquanto há tempo. E que não aconteça como no passado com a tal CPI da Nike que num passe de mágica, desapareceu do noticiário e foi arquivada para o todo e sempre.
A seleção brasileira há muito que não passa de uma miragem. Coisa que só Galvão Bueno não enxerga na sua verdadeira dimensão do caos. A seleção do modo que está, não passa de uma mentira daquelas deslavadas, e não vai ser pelo endeusamento mentiroso da Globo que será salva de um vexame ainda maior do que ocorreu em 50; durante a copa que faremos novamente em casa.
A seleção que ora temos é uma ficção montada pela mídia-marrom para enganar a boa-fé dos torcedores brasileiros. Não possuímos um time. Mais um grupo de estrelas fabricadas - jogadores entretidos demais com seus contratos bilionários. Uma legião de janotas encadeados demais com todos os holofotes midiáticos sob suas cabeças. Toda uma cantilena encetada sob a batuta tenebrosa da rede Globo, expressa nas narrativas exageradas do Senhor Galvão Bueno e seus comandados. Caso não tenhamos uma seleção digna e competitiva para a Copa do Mundo, seremos de cara sérios candidatos a uma humilhação histórica, quer seja, a de perdemos feio dentro dos nossos próprios domínios.
Que até a copa do Brasil, não tenhamos mais nenhum Galvão, Nenhum Teixeira e nenhum Blate e nenhum João Havelange da vida, enxovalhando o nosso futebol que um dia foi tão brilhante que até era exemplo para o mundo. Quem sabe, para o bem e a saúde do nosso futebol-arte.
Mas, por que será que a rede Globo de Televisão sequer toca num assunto que na Europa não quer calar? Ricardo Teixeira está sendo investigado por uma série de transações financeiras, supostamente ilegais envolvendo a CBF e a própria FIFA. Como iríamos saber de tudo isso, não fosse a Record com suas reportagens? Mas, convenhamos, de novo com relação ao jogo da desclassificação contra o Paraguai, diria que foi fundamental para desfazer toda a farsa construída sobre a suposta armação da imprensa acerca da superioridade de Neymar, Ganso e Cia... A partida com o Paraguai assim como as anteriores serviram para colocar a nu toda a mentira e a invenção do mito: Neymar-Ganso e todos os demais. Eles são, no mínimo, iguais aos atletas comuns do Paraguai(por exemplo) e em alguns caso, se mostraram até inferiores na competição(pasmem) a alguns até da Venezuela. Pelo menos para isso, valeu a desclassificação há tempo da seleção.
Contudo, diríamos que a seleção tem jeito. Resta apenas saber se ainda há tempo para um possível conserto até a copa. No entanto, (quem sabe)com toda a manipulação da CBF e seus aliados, as coisas deverão permanecer cada vez mais difíceis. Ou seja, intocáveis como sempre, do jeitinho que está. Acredite se quiser...
José Cícero
Secretário de Cultura e Esporte
Aurora-Ce.
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