Serra do Araripe, entre os sítios Coqueiro e Granjeiro, foi o local mais recente onde ocorreram as chamas - ANTÔNIO VICELMO - A maioria dos focos é de origem criminosa e o período de estiagem potencializa a propagação do fogo.
Crato. A Unidade do Corpo de Bombeiros deste Município está registrando, em média, quatro incêndios por dia na Área de Proteção Ambiental do Araripe. O mais recente ocorreu na encosta da serra do Araripe entre os sítios Coqueiro e Granjeiro, a menos de 200 metros da Floresta Nacional. A maioria ocorre em locais de difícil acesso que impedem a chegada do carro auto-bomba-tanque. Os brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tiveram de subir a ladeira do Belmonte e descer serra abaixo para apagar o fogo da encosta.
Geralmente, os incêndios são criminosos, diz o subtenente do Corpo de Bombeiros, Rildo Ferreira. Nas operações para combater os focos que se espalham nas regiões urbanas e rurais, observa-se que muitos casos têm origem em atos que poderiam ser evitados. O militar adverte que um pequeno foco em um monte de papel ou de folhas no quintal pode provocar um incêndio de grandes proporções. As queimadas em áreas rurais afetam o clima e agravam as condições do ar nas cidades.
Os bombeiros, juntamente com os órgãos ambientais, estão promovendo campanhas educativas nas escolas e nas associações comunitárias. De acordo com a Lei das Contravenções, gerar fumaça ou incêndio são ações que podem levar o autor a ser enquadrado nos crimes ambientais. Colocar fogo em terreno, cerca, muro, afetando terceiros, ainda que não haja vítima, já é considerado crime de incêndio. O artigo 250 do Código Penal estabelece para quem provocar incêndio, expondo perigo à vida, à integridade física ou ao patrimônio de outras pessoas, reclusão de três a seis anos e multa.
A intensidade e o uso indiscriminado das queimadas na abertura de novas áreas para agricultura transformou-se em um grave problema ambiental. Os agricultores fazem queimadas ou "brocas" com o objetivo de preparar a terra para o plantio. Este ano, o risco de propagação do fogo é maior em razão da estiagem. O capim seco, por exemplo, transformou-se num barril de pólvora. Uma simples ponta de cigarro é suficiente para provocar um incêndio, diz o chefe do escritório do Instituto Chico Mendes, William Brito.
À medida em que se ampliam as áreas de pecuária bovina, o emprego do fogo para renovação de pastagens vem sendo criminosamente incrementado. Da mesma forma acontece com a cana de açúcar. Os produtores costumam queimar a palha da cana para facilitar a colheita. O vento forte e a baixa umidade relativa do ar terminam levando o fogo para outras áreas.
O coordenador estadual do Prevfogo, Kurtis François Teixeira disse que o método mais prático e econômico de localizar os incêndios florestais é o uso das torres de vigilância. Este mês, os focos detectados foram prontamente combatidos.
Consequências
O incêndio é a propagação do fogo em áreas florestais e de savana (cerrados e caatingas). Normalmente, ocorre com mais frequência e intensidade nos períodos de estiagem e está intrinsecamente relacionado com a redução da umidade ambiental. O fogo diminui a fertilidade do solo, como consequência da destruição da matéria orgânica reciclável, obrigando a um maior consumo de fertilizantes. Altera a resistência das árvores ao ataque de pragas, obrigando a um maior consumo de praguicidas.
MAIS INFORMAÇÕES
Corpo de Bombeiros do Município de Crato. Rua Maíldes Siqueira, ao lado do Parque de
Exposições, no Centro
ANTÔNIO VICELMO
Repórter do Jornal Diário do Nordeste
Colaborador do Blog do Crato e Chapada do Araripe OnLine
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