"Existe algo de podre no reino da Dinamarca". O que existe em Juazeiro?
Nos últimos anos, com o desenvolvimento das tecnologias digitais e das comunicações de massa, em tempo real, o mundo dos negócios e da política têm recorrido às técnicas de marketing para a conquista de novos mercados ou para consolidar e ampliar suas áreas de influência e de poder. Como instrumento de persuasão a mídia utiliza-se, em larga escala, atrair a presença de celebridades do mundo artístico, dos grandes negócios ou da política em seus eventos publicitários para divulgar o seu prestígio.
O Presidente da República é a maior celebridade nacional, visitando Juazeiro, e se desperdiça essa magna oportunidade de marketing político da Terra do Padre Cícero.Analisando sob esse ângulo, constatamos o grande desgaste sofrido pela cidade de Juazeiro, na visita feita pelo Presidente da República à região do Cariri, no inicio da semana passada, exatamente no dia 13 deste mês. È fim do mandato do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, que ostenta impressionante índice de popularidade e de aprovação do seu Governo.
Os grandes órgãos da imprensa nacional e estrangeira acompanham as suas viagens, divulgando para o mundo inteiro os roteiros, os locais visitados e as palavras do Presidente. E essa viagem era anunciada com grande expectativa porque a Terra do Padre Cícero é fulcro de influência, pois é a Metrópole dos sertões nordestinos, além de a região ter dar dado um dos maiores índices de votação na candidata eleita, Dilma Rousseff, sob a influência do prestígio do Presidente Lula.
A visita a Juazeiro era uma das últimas cerimônias públicas do Presidente Lula no exercício de seu mandato com vasta programação anunciada, inclusive com a solene inauguração do Hospital Regional do Cariri, a mais importante obra pública governamental na região.
A visita a Juazeiro era uma das últimas cerimônias públicas do Presidente Lula no exercício de seu mandato com vasta programação anunciada, inclusive com a solene inauguração do Hospital Regional do Cariri, a mais importante obra pública governamental na região.
De repente e sem qualquer explicação essa visita foi esvaziada por completo. Os meios de comunicação, quer regional quer nacional, silenciaram quase por completo a visita do Presidente a Juazeiro. Sem explicação ou justificativa plausível não se deu a inauguração esperada do Hospital Regional do Cariri, frustrando esperanças da população.
A Nação Romeira poderia estar presente no aeroporto de Juazeiro para recepcionar o Presidente mostrando sua vitalidade e a sua potencialidade com centro econômico dinâmico, fruto do trabalho árduo de um povo que acredita no futuro.Houve, portanto, uma grande frustração de toda a população de Juazeiro. Juazeiro perdeu a oportunidade de ser mostrado mais uma vez para o País e para o exterior não apenas como o maior centro de romaria popular, mas, também, como pólo industrial e comercial, dínamo do seu progresso.
Por que isso aconteceu? É a pergunta que não quer calar na mente de todos os cidadãos de Juazeiro. Quais foram os fatos levados em consideração pelos assessores da Presidência da República para esvaziar a publicidade da visita do Presidente da República a Juazeiro? É preciso que a sociedade de Juazeiro tenha conhecimento dos reais motivos desse esvaziamento político da visita presidencial! Será que a equipe de assessoria presidencial, constatando o alto índice de rejeição das autoridades públicas de Juazeiro, aconselhou ao Presidente Lula a não ter ao seu lado o Prefeito de Juazeiro, Manoel Santana, em palanque, receosos de que prováveis vaias e apupos viessem a atingir o Presidente Lula?
Seria o medo dos assessores presidenciais que a rejeição do prefeito nem ao menos respeitassem a presença do Presidente Lula? Refletindo sobre esse negro episódio, que ficará registrado em nossa história, pode-se pensar o que é que se passa em Juazeiro, como o personagem Horácio, na peça Hamlet, de William Shakespeare, na cena IV, "in fine", do primeiro ato, "existe algo de podre no reino da Dinamarca". O que existe em Juazeiro?.
(*) Geová Sobreira, é Mestre em Ciências Econômicas, mestre em Direito Econômico, bacharel em Língua e Literatura Portuguesa, economista, filósofo, escritor, ensaísta, conferencista. Coordenador Geral de investimentos da Secretaria de Planejamento da Presidência da República(1977-1979). 1985). Diretor Geral do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação-FNDE(1991-1992). Escritor com vários trabalhos publicados, destacando-se: "Década de 20 e as Revoluções Brasileiras" e"O Papel do Estado Moderno".
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