Saturday, July 24, 2010
A LIÇÃO DA ELEIÇÃO - Por Mundim do Vale
Quando é tempo de eleição
Gente pobre tem valor,
Político dá atenção
A qualquer um eleitor.
A mulher do candidato
Dança com Chico Onorato
E a filha com Assis Mota.
Fazem samba na ribeira
Nos dias de sexta feira
E os pobres, nem paga cota.
No dia da votação
As cinco da madrugada
O matuto abre o portão
E corre para a calçada.
Depois acorda a mulher,
Dizendo que o chofer
Já apitou na ladeira.
A mulher acorda Antão,
Margarida, Damião,
Juvenal e Oliveira.
O chofer se aproxima
Desce o cabo eleitoral
Bota e meninada em cima
E na cabine o casal.
O chofer liga o motor,
Sai recolhendo eleitor
Em cada localidade.
E aquele povo enganado,
Naquele carro apertado
Vai tangido pra cidade.
Assim que chegam na praça
É grande a recepção,
Tem mocinha que abraça
E rapaz que aperta a mão.
É uns chamando compadre,
Outros chamando comadre
Com toda delicadeza.
Aparece um cidadão,
Leva tudo pra mansão
Com o almoço já na mesa.
Na mansão o candidato
É quem recebe o povão,
Vai logo servindo um prato
Com lingüiça e macarrão.
Os eleitores na mesa,
Esquecem que a gentileza
É somente aquele dia.
Vão pra seção doze e meia,
Votam com a barriga cheia
E a cabeça vazia.
Quando passa a eleição
Eles voltam na cidade,
Mas encontram na mansão
Só um vigia na grade.
Pedem pra falar com o dono,
Mas ficam no abandono
Sem ninguém lhes atender.
Foi aquela, uma lição,
Para na outra eleição
O eleitor aprender.
Mundim do vale
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