LAVADOR DE PRATOS
Everardo Norões
Sussurram,
na superfície da louça,
os duendes da faiança
e o piano de Satie.
Enxáguo
desejos inconfessos
e, entre talheres,
me despeçoda Gymnopédie.
Há sempre um ar de água
nas frases que me dizem
quando a manhã acaba.
E no brilho dos pratos,
a mesma cor
da mágoa.
(In A rua do Padre Inglês. Rio de Janeiro: Editora 7Letras. 2005)
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