Friday, November 25, 2011

Do seriado "Coisas da República" -- por Armando Lopes Rafael



Estatização de Fundação Sarney foi “prova de amor” ao Maranhão, diz presidente do Senado

(transcrito do jornal “Folha de S.Paulo”)

Uma lei sancionada no mês passado pela governadora Roseana Sarney (PMDB), filha do senador, criou uma nova fundação pública --a Fundação da Memória Republicana Brasileira. A nova fundação irá receber o acervo da Fundação José Sarney, que está sem recursos e será extinta. Entre os bens que serão transferidos está a sede da fundação, um prédio do século 17, em São Luís, doado à fundação pelo Maranhão. Em artigo publicado em seu novo blog, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou que a estatização da fundação que leva o seu nome, no Maranhão, foi uma "prova de amor" ao Estado.

Dizendo serem "injustas" as críticas de "alguns idiotas", Sarney lista documentos, peças de museu de obra de arte e documentos que passarão para a tutela do governo estadual. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Maranhão entrou com ação no Tribunal de Justiça local contra a lei. O PPS recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) com uma ação de inconstitucionalidade contra a norma.

"Doar ao povo do Maranhão um patrimônio, como o que outros presidentes venderam, do meu valioso arquivo de mais de um milhão de documentos, três mil peças de museu de obras de arte e uma biblioteca de mais de 30.000 livros, muitos raríssimos, que acumulei ao longo de minha vida. E o fiz grandeza, amor e desprendimento", escreveu Sarney.

O Instituto Lula, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o iFHC, de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), são mantidos apenas com verba privada. O do tucano ainda é mantido com a verba de um fundo criado na fundação da entidade e com parcerias privadas. No texto, chamado de "A burrice e a política", Sarney afirma também que não pode evitar uma reação a essa discussão. Ele diz que sua melhor qualidade é a paciência. Segundo a assessoria de Sarney, o texto é do dia 24 de outubro e foi publicado no jornal "O Estado do Maranhão". A lei sancionada coloca o senador e ex-presidente como patrono da nova fundação, com o direito de indicar dois de seus 11 conselheiros. Após sua morte, o direito é transferido para seus herdeiros. Após mais de um mês da sanção da lei, o governo do Maranhão não sabe informar quanto custará a fundação.

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