1 Nas duas administrações de Fernando Henrique Cardoso–FHC, (1995-2002), teve continuidade o processo de privatização de empresas estatais iniciadas pelos presidentes anteriores, Fernando Collor e Itamar Franco. Tais privatizações eram combatidas nas ruas pelos militantes do Partido dos Trabalhadores–PT. Os encarregados dos leilões eram agredidos com violência física – de forma canina – pelas centrais sindicais, comandadas pelo braço do PT. Pois bem, agora no governo de dona Dilma, três aeroportos serão privatizados, sendo disputados por 13 consórcios habilitados para os leilões. Agora, no poder, os militantes dos partidos de esquerda não fazem o mínimo protesto... Sequer cochicham, entre si, contra as privatizações dos três importantes aeroportos...
2 As empresas privatizadas (nos governos Collor, Itamar Franco e FHC) estão aí mostrando eficiência. Vejamos o caso da Vale. Na gestão de FHC, o Governo Federal “privatizou”, ou seja, vendeu a parte acionária pertencente ao governo (aproximadamente 27%) e seu controle. Hoje, a Vale gera mais empregos e recolhe mais impostos ao Governo Federal do que na época em que ainda era uma estagnada estatal e servia de cabide de empregos para os partidos da “base de sustentação” do governo. A Vale tem mais de 60 000 pessoas empregadas; recolhe 3 bilhões de dólares em impostos ao ano. Em 2008, faturou 38,5 bilhões de dólares e foi responsável por metade do superávit primário do Brasil.
3 Lembro-me de um artigo escrito pelo ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, onde ele afirmou: “As empresas estatais eram, e continuam sendo uma influência perniciosa sobre as finanças públicas por quatro bons motivos: 1) em média, dão prejuízo e pagam poucos impostos; 2) exigem aportes do Tesouro para fazerem investimentos, os quais, quase sempre, fazem pela metade; 3) quando dão lucro, a taxa de retorno é pífia especialmente se comparada ao custo dos recursos, ou seja, ao custo da dívida pública; e 4) invariavelmente são focos de geração de obrigações previdenciárias e trabalhistas muito além do que conseguem custear a partir dos beneficiários, ou seja, estão repletas de passivos ocultos e "direitos" adquiridos pelas corporações.
4 E para finalizar: alguém ainda lembra da telefonia brasileira, ao tempo que as companhias telefônicas eram estatais?
Não custa refrescar a memória. As linhas eram adquiridas dentro dos “Planos de Expansão” e só eram instaladas anos depois de pagos. (Hoje, adquire-se uma linha na hora, em lojas de diversas operadoras em qualquer esquina. São mais de 200 milhões de celulares no Brasil).
Quando era estatal, custavam caro as ligações e manutenção dos telefones. As linhas telefônicas – compradas a peso de ouro – constavam até como “patrimônio”, nas Declarações do Imposto de Renda. Hoje qualquer vendedor de bombons, empregada doméstica, trabalhador rural e até o lavador de carro possui o seu celular...
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