Pedro Campelo, promotor de Justiça do Crato, diz que as academias estão interessadas na regularização - FOTO: ANTÔNIO VICELMO - Ministério Publico assina Termo de Ajustamento de Conduta para cumprir legislação referente a academias.
Crato. "A maioria das academias de ginástica do Cariri funciona ilegalmente". A denúncia está sendo feita pelo presidente do Conselho Regional de Educação Física (Cref), Antônio de Pádua Soares, com base numa fiscalização realizada em 37 academias da região - 21 em Juazeiro, 11 no Crato e cinco em Barbalha. Pádua explica que, para funcionar, as academias precisam de CNPJ, alvará da vigilância sanitária, certificação do Conselho Regional e o acompanhamento de profissionais de Educação Física, credenciado pelo Cref. A lei considera infração à legislação sanitária "instalar ou manter em funcionamento institutos de esteticismo, ginástica e fisioterapia sem licença do órgão sanitário competente ou contrariando o disposto nas demais normas legais e regulamentares pertinentes".
O assunto foi levado ao conhecimento do Ministério Público, que assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com academias de ginástica do Crato, visando o cumprimento das disposições legais. A primeira providência foi notificar todas as academias listadas na representação para apresentação de defesa no prazo de 15 dias úteis.
O Ministério Público designou uma audiência com o objetivo de discutir o assunto. De acordo com o promotor Pedro Campelo, os eventuais erros estão sendo corrigidos com o apoio das academias que estão interessadas em resolver os problemas.
O TAC teve início a partir de uma representação apresentada ao Programa Estadual de Proteção do Consumidor (Decon-Crato) pelo presidente do Conselho Regional. Na representação, ele explica que o Cref procedeu à fiscalização nas academias da cidade do Crato, tendo constatada uma série de irregularidades. Dentre as quais, foi citada a oferta de serviços de atividade física por profissionais "leigos", sem formação ou registro na entidade profissional, algumas sem alvará sanitário, além da perniciosa prática do uso indevido de anabolizantes, medicamentos esteroides que alteram o metabolismo, funcionando como hormônios masculinos naturais, ajudando a aumentar a massa e a força musculares do atleta.
"A utilização de anabolizantes prejudica o sistema cardiovascular, causa lesões no fígado e nos rins, degrada a atividade cerebral e aumenta o risco de câncer", adverte a nota do Conselho Regional, advertindo que a regularização destas academias é uma questão de saúde pública. "A academia de ginástica é um local voltado para a saúde, para adquirir ou melhorar sua qualidade de vida. Portanto, um local onde você deve se sentir bem", justifica o Cref.
Entrosamento
Não há um levantamento oficial no País sobre a desistência de clientes nas academias de ginástica, onde a maioria convive com uma rotatividade muito grande de matriculados. Em alguns casos, apenas 30% dos alunos passam de três meses e 20% completam um ano ou mais. Em quase todas, a lista de ex-alunos é muito superior a de frequentadores assíduos.
Um dos prováveis motivos para isto é a falta de entrosamento entre o aluno e o seu instrutor. Daí a importância da presença de um profissional de Educação Física na condução dos trabalhos. O professor é uma das peças mais importantes num programa de qualidade em academia de ginástica.
A empatia entre praticante e professor depende mais deste do que daquele nas aulas diárias. O instrutor deve reunir experiência, capacidade de liderança e sensibilidade para lidar com as diferentes situações com seus clientes e, com isso, mantê-los motivados na academia.
Antônio Vicelmo
Repórter do Jornal Diário do Nordeste
Colaborador do Blog do Crato e Chapada do Araripe onLine
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