Foto de Wilson Bernardo |
POR QUE CID GOMES E CAMILO SANTANA
INSISTEM EM INSTALAR ATERRO SANITÁRIO NO CRATO?
Os cidadãos cratenses têm o privilégio de fixar sua existência no sopé da Serra do Araripe – importante e inestimável relicário de biodiversidade ofertado generosamente pela natureza. De lá, enormes aqüíferos espalham-se sob nossos pés, alimentando fontes, rios e poços, garantindo a beleza da flora, a sobrevivência da fauna e atendendo às necessidades humanas. Mas uma insistência desmedida promovida pelo governo do estado ameaça a conservação desse patrimônio e a qualidade de vida dos munícipes: a instalação de um aterro sanitário no Distrito de Ponta da Serra.
Consultei membros do povo acerca do problema em questão e não ouvi deles nenhuma informação que pudesse balizar o exercício da consciência, da crítica e da opinião. Ignoravam, por exemplo, que 500 toneladas de lixo seriam lançadas todos os dias no chamado Aterro Sanitário Consorciado do Cariri, sendo 60% oriundo de Juazeiro do Norte e o restante de Crato e mais oito municípios da região. Também não sabiam que tal empreendimento provocaria irreversível impacto ambiental e atentado à vida humana por poluir os lençóis freáticos que banham nosso subsolo. Outro dado desconhecido era o de que o aterro tão festejado pelo governo teria vida útil de cerca de vinte anos, transformando-se, depois, numa obra morta e inútil. Pergunta-se, então, ao governador Cid Gomes e ao secretário das cidades Camilo Santana:
- Que sentido teria a instalação do aterro sanitário em Crato mesmo sendo notória agressão ao meio ambiente e pondo em risco a saúde de milhares de vidas humanas?
- Por que essa insana e desrespeitosa insistência, se foi tecnicamente comprovada a viabilidade do aterro no município de Caririaçu, inclusive com a aprovação pelos poderes locais?
Ao povo do Crato cabe, por conseguinte, responder à seguinte interrogação:
- Somos de acordo que seja instalado o aterro sanitário aqui, mesmo sabendo das conseqüências devastadoras contra o meio ambiente e a saúde pública, com a poluição de nossas águas subterrâneas?
Inicio aqui o rosário de respostas: NÃO!
Por: Cacá Araújo - Professor e Dramaturgo
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