O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira a política de diversificação de parceiros comerciais do Brasil, praticada pelo seu governo, e afirmou que o comércio regional do país com seus vizinhos do Sul "não cabe mais no espaço pequeno do preconceito ideológico e nem pode ser tratado superficialmente em uma gincana de retórica eleitoral". Na semana passada, o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou que o bloco econômico do Mercosul (formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) seria uma barreira para que o Brasil faça acordos comerciais. Em entrevista à Folha, ele amenizou a declaração, explicando que o Mercosul 'deve ser flexibilizado, para que não seja um obstáculo para políticas mais agressivas de acordos internacionais'. Segundo Lula, a opção do governo de diversificação do comércio exterior revelou ser um acerto durante a crise econômica global.
"Quem atrelou seu mercado e seu parque industrial ao livre comércio com os EUA, como se defendia aqui nos anos 90, sucumbiu dramaticamente sob o peso da contração norte-americana". Ainda de acordo com Lula, o país não diminuiu suas trocas com parceiros comerciais tradicionais, como os EUA. Em evento em comemoração aos 10 anos do jornal "Valor Econômico", em São Paulo, o presidente Lula aproveitou para exaltar a política econômica de seu governo. "O fato é que o Brasil criou nos últimos anos um poderoso mercado de massa, que reúne 46% da renda nacional, e um universo equivalente à soma das populações da França e da Espanha". "Os veteranos do jornalismo econômico talvez tenham a lembrança de momentos favoráveis de indicadores e perspectivas, mas dificilmente terão na memória a lembrança de um momento de desenvolvimento mais equilibrado do que o atual."
PAULO ARAUJO
Colaboração para a Folha
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