Uma jovem de 17 anos, viúva de um militante islâmico de Cáucaso Norte, foi a autora de um dos ataques suicidas no metrô de Moscou, na última segunda-feira (29), confirmaram autoridades russas nesta sexta-feira. O número de mortos subiu para 40, após a morte de um dos feridos que estava hospitalizado. Ao menos 90 pessoas ficaram feridas nos ataques. Dois dias depois, um duplo ataque a bomba matou ao menos 12 pessoas e deixou outras 23 feridas na cidade de Kizlyar.
Investigações da promotoria geral da Rússia identificaram a autora de um dos atentados ao metrô de Moscou. "Nativa do Daguestão, Dzhennet Abdurajmanova, nascida em 1992, detonou explosivos na estação de metrô Park Kultury", afirma em comunicado, sem dar detalhes. Fotos de uma jovem, obtidas pela agência de notícias Reuters de uma autoridade legal no Daguestão, mostram ela vestindo um hijab preto e segurando uma granada. Outra foto mostra a moça segurando uma arma. A mesma imagem também foi publicada no jornal russo "Kommersant" nesta sexta-feira. De acordo com a publicação, a adolescente era viúva de Umalat Magomedov, líder dos guerrilheiros islâmicos do Daguestão. Ele foi morto pela polícia em 31 de dezembro na cidade de Khasavyurt, junto com outros três combatentes que tinham aberto fogo contra os agentes.
Os investigadores não identificaram a segunda mulher-bomba, mas o 'Kommersant' especula que seria Marja Ustarjanova, tchetchena de 20 anos. Ela era viúva de Said-Emin Khizriev, o chefe dos islamitas de Gudermes, a segunda cidade mais importante da Tchetchênia, morto em outubro passado quando preparava um atentado contra o presidente tchetcheno, Ramzan Kadyrov.
Má influência
Umalat Magomedov era próximo do líder rebelde Doku Umarov, chamado de "Emir do Cáucaso", que reivindicou os dois atentados contra o metrô de Moscou. Umarov afirmou em um vídeo que os atentados foram um "ato de vingança" por uma operação especial executada pelas tropas russas em 11 de fevereiro na Inguchétia. Na mensagem, o líder extremista prometeu novos atentados. Influenciada por esta retórica, a jovem teria sido convencida pelos "ideólogos wahhabitas" a "sacrificar-se" para vingar o marido. O wahhabismo é uma corrente do islã caracterizada pelo puritanismo, que foi imposta na Arábia Saudita. Os ataques também representaram uma recordação dos atentados executados há alguns anos pelas chamadas "viúvas negras", mulheres que eram casadas com homens mortos em operações das tropas russas.
Nesta sexta-feira, o presidente russo, Dmitri Medvedev, sugeriu classificar como cúmplices qualquer pessoa que ajude terroristas indiretamente. "Em minha opinião, temos que criar um modelo para crimes terroristas que qualquer pessoa que os ajude --não importa o que faça, seja cozinhar sopa ou lavar as roupas-- terá cometido um crime", disse o presidente.
Fonte e Foto: REUTERS - R7
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