Alerta das autoridades baseia-se no grande número de casos de dengue tipo 1 e no surgimento do tipo 4.
A Secretaria Municipal de Saúde de Niterói, no Grande Rio, registrou 11 casos de dengue tipo 4 em moradores da cidade neste ano. A confirmação de novos pacientes com esse sorotipo reforça o risco de epidemia no Estado no próximo ano, já que a população não tem imunidade contra esse vírus. Desde agosto, o município do Rio está em estado de alerta para a dengue, por determinação do prefeito Eduardo Paes, que disse esperar “a maior das epidemias da história”.
“Por nós termos identificado o vírus 4 no Rio de Janeiro e ser a primeira vez que esse vírus circula aqui, obviamente causa preocupação pela possibilidade de aumento de casos no ano que vem. Fizemos um alerta há alguns meses para todas as prefeituras, com base no fato de já termos um número significativo de caso de dengue tipo 1 esse ano e o surgimento dos casos do tipo 4”, afirmou o superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.
O superintendente acredita que foi apenas coincidência o fato de o vírus 4 ter sido isolado somente em Niterói. “O tipo 4 não está restrito a Niterói. É questão de tempo isolar o vírus em outros municípios”, afirmou. O Estado contabilizou, até 15 de outubro, 161.315 casos de dengue - cinco vezes mais do que o notificado no ano passado - e 133 óbitos pela doença. Ao longo de 2010, houve 41 mortes. O novo relatório sobre a dengue será divulgado amanhã.
Este ano, o dengue tipo 1 prevaleceu no Estado. Esse foi o sorotipo da doença que provocou a epidemia de 1988. “A população que nasceu depois não teve contato com o sorotipo 1 e não está imunizada. O vírus 4 também não havia circulado no Estado. Então, há uma grande parcela da população que está suscetível aos dois vírus.
Se vai haver mais ou menos mortes depende da capacidade de organização dos serviços de saúde”, afirmou o infectologista Alberto Chebabo, chefe do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário da UFRJ.
Clarissa Thomé / Rio
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